O dinheiro digital veio para ficar: entenda o que os bancos digitais e tradicionais esperam das moedas digitais
Paola Carvalho (mediadora), Murilo Guimarães (Inter), Danilo Herculano (BMG) e Pedro Saliba (Banco do Brasil) no palco do Minas Summit 2024. Foto: Camila Rocha
Se você ainda anda com dinheiro físico no bolso, saiba que é um dos poucos! O cenário financeiro brasileiro está passando por uma transformação sem precedentes, impulsionada pela digitalização do dinheiro e, em um painel realizado durante o Minas Summit, líderes do setor financeiro discutiram as novas formas de transação e os impactos dessa mudança na economia e na vida cotidiana dos brasileiros.
“No passado, todas as transações eram feitas com moedas de ouro e prata. Hoje, com o advento das transações eletrônicas e os cartões de débito e crédito, a presença do papel moeda está diminuindo. No Brasil, temos o PIX, um case mundial de sucesso, que permite transações instantâneas 24 horas por dia, 7 dias por semana”, disse Murilo Guimarães, Superintendente de Crédito do Banco Inter.
Pedro Saliba, Head of Corporate Venture no Banco do Brasil, complementou a visão de Murilo, destacando a importância da infraestrutura que sustenta essas inovações. “Estamos diante de uma oportunidade fantástica, semelhante à transformação que a internet trouxe. Hoje, temos criptoativos, criptomoedas e as CBDCs, moedas digitais emitidas por bancos centrais. A infraestrutura de blockchain está revolucionando a eficiência e reduzindo custos no mercado financeiro”, afirmou Saliba.
Danilo Herculano, Head Investors M&A e New Business no BMG, outro participante do painel, acrescentou uma perspectiva prática à discussão: “Mesmo sem perceber, já usamos o dinheiro digital em nosso dia a dia. Paguei um táxi com um PIX e comprei um café com uma transação digital. A reflexão importante é como podemos aplicar essas tecnologias para simplificar a vida das pessoas. Por exemplo, a tokenização de ativos pode permitir que uma casa seja usada como garantia de empréstimo instantaneamente”, disse Herculano.
A conversa também abordou a segurança e a confiança nas novas tecnologias. Pedro ressaltou que a nova carteira de identidade nacional do Brasil já utiliza blockchain para garantir a integridade dos dados, mesmo que o cidadão comum não precise entender essa tecnologia.
Transações digitais – Além disso, os palestrantes discutiram o potencial futuro das transações digitais, incluindo a tokenização de títulos públicos e transações cross-border. “Ainda há muito a ser feito, mas a direção é clara: facilitar e tornar as transações mais seguras e eficientes para todos”, concluiu Saliba.
As transações financeiras estão passando por uma revolução com a ascensão das criptomoedas e da tecnologia blockchain. Especialistas do setor financeiro apontam que essas inovações não só oferecem maior segurança e rastreabilidade, mas também têm o potencial de transformar radicalmente a economia global.
Um exemplo prático dessa transformação é o Drex, uma moeda digital que está sendo desenvolvida pelo Banco Central. “A chegada do Drex e de outras moedas digitais é uma resposta às necessidades de um mercado em rápida evolução”, explicou Saliba. Ele destacou que a iniciativa surgiu após o anúncio do Facebook sobre a criação de sua própria moeda digital, o que fez os bancos repensarem suas políticas econômicas.
No Brasil, a adoção de moedas digitais já está em andamento em alguns municípios. “Temos dois municípios no Ceará e em São Paulo que estão utilizando criptomoedas para pagamentos municipais”, disse Guimarães. Em Sergipe, a implementação de moedas digitais ajudou a reter dinheiro na economia local, reduzindo a saída de capital e fomentando o desenvolvimento econômico.
É importante ressaltar que a inovação não se limita ao setor financeiro. Startups de diferentes áreas, incluindo a saúde, estão explorando como a tecnologia blockchain pode melhorar a eficiência e a segurança.
A transição para um mundo digital também está sendo impulsionada por novas formas de inclusão financeira. No Brasil, por exemplo, jogos online têm sido uma porta de entrada para muitos jovens no universo das criptomoedas. Uma história interessante é de uma trabalhadora de Pernambuco que, jogando criptogames durante seu trajeto de trabalho, passou a ganhar mais do que em seu emprego na pizzaria.
A adoção de moedas digitais e blockchain representa uma oportunidade enorme para inovação. “Estamos diante de uma grande oportunidade de fazer a diferença, assim como a internet mudou a forma como vivemos e trabalhamos”, concluiu Saliba. A infraestrutura de blockchain, com sua segurança e rastreabilidade, promete revolucionar não apenas o setor financeiro, mas também áreas como saúde, agricultura e muito mais.
A era do dinheiro digital está apenas começando, e as oportunidades são vastas para aqueles dispostos a inovar e liderar essa transformação.
Minas Summit 2024 – A 2ª edição do Minas Summit foi realizada pelo Grupo FCJ, o Órbi Conecta e o San Pedro Valley nos dias 26 e 27 de junho de 2024. Entre os patrocinadores estiveram Anjos do Brasil, ArcelorMittal, Atlantic Hub, Azul Linhas Aéreas, Band Minas/Band News, Be Fly, Belotur/BH, Board Academy, CDL BH, CODEMGE/Governo de MG, Cotemig, CRA MG, Drummond, Eletromidia, Escalab, FGV, Framework, Gasmig, Grant Thornton, Grupo Anima – Una e Casa Uma, Huawei, Integração Ventures, Ops Team, Putz, Sucos Tial, Tik Tok e Yazo.
O Minas Summit 2024 superou todas as expectativas: foram mais de 10 mil participantes durante os dois dias, mais de 1,5 mil representantes de diversas startups de todo o Brasil e mais de R$ 50 milhões gerados em novos negócios. Com cerca de 80 horas de conteúdo, 300 painelistas e 6 palcos simultâneos, o Minas Summit se consolidou como um dos maiores eventos de inovação do país.
Para saber mais sobre o Órbi Conecta e tornar a sua empresa, startup ou projeto parte desse movimento, acesse www.orbi.co.
Fonte: Órbi Conecta