Atores da cena de inovação do estado compartilham suas experiências e aprendizados ao longo dos últimos anos
Ao longo da última década, Minas Gerais se destacou no cenário nacional como um polo de startups, projetando para o Brasil e para o mundo empresas de tecnologia de alto impacto. Nesse processo de construção de um ambiente favorável à inovação, muito se aprendeu sobre o “como fazer” e, embora esses caminhos sejam constantemente reconstruídos, algumas lições puderam ser aprendidas.
Sobre esses aprendizados, falaram alguns representantes do ecossistema de inovação de Minas Gerais, durante o 1º Minas Summit, realizado pela FCJ Venture Builder e o Órbi Conecta, no dia 30 de junho, no Minascentro (BH). O painel “Caminhos da inovação: lições aprendidas” foi mediado pelo diretor de expansão da FCJ, Marcos Knosel, e contou com a participação do gerente de inovação da Andrade Gutierrez, André Medina; do CEO do NovoAgro Ventures, Léo Dias e da conselheira da Board Academy, Rafaela França.
Na Andrade Gutierrez o aprendizado dos últimos anos foi de abertura e integração ao movimento das startups. André citou o programa de inovação aberta da companhia, por onde já passaram mais de 30 startups e destacou que isso tem feito a diferença para a empresa, que está em um setor muito tradicional.
“O desafio sempre foi: como inovar em um dos setores menos digitalizado do Brasil? A gente ainda coloca tijolo sobre tijolo e atuamos em áreas sem internet. Como fazer inovação nesse contexto?”, questionou. Segundo ele, as respostas ainda não estão todas dadas, mas nos últimos 5 anos a empresa avançou em áreas que não imaginava justamente por causa da abertura às startups. “Conexão é a palavra-chave e o San Pedro Valley mostra isso. Não podemos deixar isso se perder em Minas Gerais”, disse.
Para Léo Dias, o aprendizado foi principalmente nos modelos de investimento e apoio às startups. Depois de atuar na Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, ele foi convidado a dirigir a NovoAgro Ventures, uma corporate venture builder (CVB) de agronegócio que surgiu da união de forças da FAEMG (Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais) e da FCJ.
“A jornada da inovação é uma corrida de bastão, você começa com uma ideia, aí pula para uma aceleradora, depois vai pro investimento, mas se nessa jornada houver algum gap a corrida não termina. Na época do governo a gente via vários gaps nessa jornada e hoje vejo o modelo de CVB como uma solução no pós aceleração. Faz todo sentido porque, antes, o empreendedor sentava na frente do fundo de investimento e ouvia que tinha que voltar quando estivesse faturando, mas esse é o momento que ele mais precisa de ajuda”, disse.
“BH e MG são grandes ecossistemas de conexão, mas precisamos de mais conexão para impactar o ecossistema. Precisamos deixar o egossistema e trabalhar o ecossistema, que é dessa forma que a gente vai prosperar e colocar Minas de novo no mapa”, completou Dias.
Já Rafaela trouxe as lições da governança da inovação. Ela lembrou que 25% das startups que nascem no Brasil morrem no primeiro ano e 75% não chegam ao 10º ano. Para ela, o que falta é um plano de governança que traz um bom alinhamento de acordo de sócios, um plano de negócios sério e que ajuda a mitigar riscos.
“Temos percebido que a grande dificuldade dos últimos anos tem sido governar essa inovação acelerada. Por isso, montamos um método que é simples, ágil e que funciona no modus operandi da startup. Ao longo dos últimos anos entendemos que a governança é necessária porque traz equilíbrio para essas ideias brilhantes das startups, mas precisa estar aderente ao mundo da inovação”, disse.
Para Rafaela, há ainda um outro aprendizado que nunca sai de moda: fazer acontecer. “Hoje nós abrimos pontes, nos conectamos com pessoas, mas o que nós startups, empreendedores, profissionais que estamos aqui vamos fazer amanhã? Precisamos continuar abrindo essas avenidas que hoje construímos. Então, governe a inovação de vocês a partir do day off para que realmente façam a diferença”, frisou.
A 1ª edição do Minas Summit foi realizada pela FCJ Venture Builder e Órbi Conecta, patrocinada por Framework, Board Academy, Zendesk, Yazo, Grant Thornton, SEBRAE, Codemge, Governo de Minas Gerais, Minascentro e Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2024 tem mais. A 2ª edição do Minas Summit acontecerá nos dias 28 e 29 de junho, no Minascentro, no Centro da capital mineira. Acompanhe mais informações por meio do site www.orbi.co e www.sanpedrovalley.org.br. Se você é integrante do ecossistema de inovação de Belo Horizonte, não deixe de se cadastrar nos portais.
Fonte: www.orbi.co